REDES SOCIAIS: INCLUSÃO DIGITAL PARA TERCEIRA IDADE UTILIZANDO ABORDAGENS DE ENSINO APRENDIZAGEM
Considerando os avanços da tecnologia, bem como as dificuldades de acesso a ela, percebe-se um impacto em todas as idades, dessa forma pode-se dizer que os indivíduos idosos são os mais atingidos.
Este relato de experiência apresenta uma ação educativa na área de Informática Básica e Redes Sociais, ofertada no Centro de Estudos Superiores de Itacoatiara (CESIT), por meio de um projeto de extensão da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), com idosos da comunidade local do município de Itacoatiara/AM.
A ideia surgiu da necessidade de incluir os participantes nesse universo das novas tecnologias que emergem na sociedade atual, devido o impacto social que o mesmo irá causar na vida dessas pessoas, e também contribuir na compreensão tecnológica que consolidam problemas à integração social da pessoa idosa, além de compreender o significado e efeitos que propõe a inclusão digital dessas pessoas.
O município em questão é carente de projetos voltados para essa faixa etária de idade. Trabalhar com esse público exige dos instrutores muita paciência, compreensão e planejamento. Dividimos as etapas do projeto em duas, para poder trabalhar com duas turmas durante um ano.
Na primeira turma éramos três instrutores, e procuramos divulgar o projeto através das nossas redes sociais, pois temos muitos amigos nas redes e isso ocasionaria maior divulgação e procura por vagas, mas, pensando naqueles que não fazem uso desses recursos, levamos cartazes em algumas instituições da cidade para que entrassem em contato através de ligações para fazer sua inscrição.
No inicio das aulas aplicamos os testes diagnósticos para entender como estava o conhecimento dos alunos, as primeiras aulas foram realizadas em sala de aula através do quadro branco e projetor de mídia, pois procuramos explanar primeiramente a parte teórica sobre a informática básica, sua História, os tipos de Sistemas e demais conceitos introdutórios de informática.
A cada nova aula iniciada era relembrada aquilo que foi visto na aula anterior, pois como tínhamos apenas uma aula durante a semana e a maioria dos alunos não tem computador em suas casas para fazer a prática, é comum que esqueçam aquilo que era passado na semana anterior.
Percebemos que quanto mais idoso o aluno, maior é o seu grau de dificuldade, logo, esse aluno requer de atenção adequada para não desanimar e ou desistir do curso. Para que isso não aconteça além de explicar com muita calma o conteúdo, nós instrutores dividíamos as tarefas de ensinar, enquanto um fazia a explanação do conteúdo didático os outros dois ajudavam os alunos indo um a um se necessário para dar auxilio.
Após a conclusão de cada conteúdo aplicávamos à eles um teste avaliativo para descobrirmos se de fato eles conseguiram aprender aquele determinado conteúdo, optamos por fazer esses testes na forma prática pois assim podíamos perceber aonde eles ainda tinham dúvidas e apresentavam dificuldades, também dessa maneira eles ganhariam mais tempo para fazer a prática, trabalhando cada vez mais a coordenação motora.
A esses testes eram atribuídos uma nota, para nosso controle da parte documental do projeto, também nos servia como um feedback para que pudéssemos planejar e elaborar melhor nossas aulas conforme as necessidades de nossos alunos.
Seguindo a segunda proposta de conteúdos, iniciamos as aulas mais esperada por todos, as redes sociais. Antes das aulas práticas, eles aprenderam sobre a internet e como ela funciona, os navegadores e as diversas formas de consulta na rede.
No decorrer das aulas, os alunos criaram suas contas eletrônicas, e através de aulas e vídeo aulas, foi possível eles entenderem como é o universo das redes sociais e suas finalidades. Percebemos que o recurso mais utilizado por eles até o momento era o Whatsaap, onde eles tinham mais domínio para a comunicação, então apresentamos a eles o facebook, outlook, instagran entre outros.
Pelo fato do facebbok ser uma rede social de uso mais fácil, os ensinamos e ajudamos a criar uma conta no facebook, como inserir uma foto no perfil, como enviar e aceitar uma solicitação de amizade, fazer uma postagem com fotos e vídeos, fazer uma busca para encontrar o perfil de alguém entre outras coisas que a rede social oferece.
Percebemos com isso que quanto mais interativa e dinâmica for uma aula, mais facilidade eles tinham em aprender. Todos foram capazes de aprender como funcionam as redes sociais, como fazer uso delas de forma saudável, e já que todos tem um smartplone nas mãos vão poder alimentar suas contas depois de terminado o projeto.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Embarcar em um projeto como este é sem dúvida um desafio na vida de qualquer acadêmico, porém ter feito parte desse processo de aprendizagem na vida dessas pessoas foi algo que nos proporcionou tamanho aprendizado profissional um momento impar na vida de cada um. Ao percebermos que maior as dificuldades deles, maior era a vontade deles em aprender, isso dava-nos um gás a mais para darmos sempre o nosso melhor.
Apesar do pouco tempo que tivemos visto que nossos encontros aconteciam apenas aos sábados à tarde, notamos que foi algo muito produtivo e significativo na vida de cada um, além do conhecimento que cada um adquiriu da sua maneia, houve também a questão da afinidade, a amizade que surgiu entre eles, isso foi algo muito gratificante.
Sabemos que são poucos os projetos voltados para os idosos, e descobrimos o quão importante é para eles fazer parte de algo assim, “muitas vezes somos esquecidos”, disse um deles, “então quando surgem essas poucas oportunidades, buscamos agarrar com forças, afinal aprender nunca é demais”, completou outro aluno.
A proposta era trabalhar duas turmas, e chegamos dar inicio a outra turma que inclusive estava cheia, com 35 alunos e teve maior procura porem os computadores são limitados. Devido a pandemia do Covid-19 tivemos que paralisar as aulas. É muito importante que projetos como este, sejam divulgados para se tornarem cada vez mais comum em nossa sociedade, nossos idosos carecem de atenção, consideração e respeito, afinal o processo de aprendizagem de um ser humano ocorre desde o seu nascimento e o acompanha em todo o seu trajeto de vida.
AGRADECIMENTOS
Agradecemos primeiramente a Deus e depois a todos aqueles que contribuíram para esse lindo projeto. Agradecemos a Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários (PROEX) da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e aos acadêmicos do curso de Licenciatura em Computação do Centro de Estudos superiores de Itacoatiara (CESIT), Jackson Perdigão Moraes, Regineide de Vasconcelos Pereira, Soliane Fróes de Medeiros Valcimar Terço de Oliveira, Soliane Fróes e ao nosso Coordenador do Projeto Lui Sergio de Oliveira Barbosa, sempre atencioso e a disposição de tudo que lhe pedíamos, somos eternamente gratos pela oportunidade de trabalhar com esse projeto que nos resultou experiências ótimas.
Para nós instrutores fica a saudade, da convivência, do ensinar e do aprender, pois já dizia o educador Paulo Freire “E ensinado que se aprende”, permanece em nós a satisfação de saber que contribuímos positivamente na vida deles, ao tempo que embarcamos em uma nova jornada.
REFERÊNCIA
KACHAR, Vitória. A Terceira Idade e o Computador: Interação e Produção no Ambiente Educacional Interdisciplinar. São Paulo: PUC/SP, 2001. 206p. Tese de Doutorado. Tese de Doutorado em Educação.
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